O Banco Espírito Santo vai dizer ámen com o banco de Portugal, ou seja, este último vai revogar a autorização de actividade do Banco Espírito Santo (BES) – uma decisão que terá como consequências uma declaração de insolvência e, à posteriori, um processo de liquidação do que não foi transferido para o Novo Banco. Pelo menos é o que refere o site Visão.
Licença para liquidar: Banco de Portugal vai revogar a autorização para exercício da actividade do banco Espírito Santo
Diz o regulador e supervisor bancário que o Banco de Portugal vai “revogar a respectiva autorização para o exercício da actividade” – já que o Banco Espírito Santo já não estará a exercer qualquer actividade. Esta será uma decisão que vai produzir os efeitos da declaração de insolvência. Por sua vez, irá originar um processo de liquidação judicial do Banco Espírito Santo.
Refira-se que este processo de liquidação incidirá, de acordo com o banco central, apenas sobre os passivos e os activos que não foram transferidos para o Novo Banco. No que aos custos associados a este processo diz respeito, serão suportados pela massa insolvente – desconhecendo-se ainda quando é que arranca o processo de insolvência do Banco Espírito Santo.
O banco da família Espírito Santo chegou ao fim – o bom e o mau em perspectiva
Tal e qual como era conhecido, aquele Banco que conhecemos desde sempre, o Banco Espírito Santo acabou mesmo agora de acabar. O Banco de Portugal agarrou na instituição fundada pela família Espírito Santo e anunciou a sua separação.
Como ficou separado? No banco bom, que é o Novo banco, ficaram os activos e os passivos; No banco mau restaram os passivos e os activos tóxicos. Neste último banco mau, o banco Espírito Santo continuará a sê-lo sem, no entanto, possuir licença bancária para poder receber depósitos ou dar crédito. Nesta carruagem tóxica ficam a participação maioritária no Banco Espírito Santo Angola, o banco norte-americano Espírito Santo Bank e o líbio Aman Bank – tal como a exposição do Banco Espírito Santo ao Grupo Espírito Santo, o caso da Espírito Santo International.
Não esquecer que as possíveis indemnizações para combater as irregularidades financeiras no Banco Espírito Santo e as responsabilidades sobre a venda de dívida do Grupo serão também assumidas pelo tóxico da separação.
Por outro lado, o Novo Banco é lavadinho e também capitalizado pelo povo. Quer dizer, dizem que é capitalizado com 4 900 milhões de euros através do Fundo de Resolução bancário, que fica seu dono. Desse valor, 4 400 milhões de euros vêm do dinheiro da troika destinado ao sector financeiro; os restantes 500 milhões são supostamente assegurados pelas contribuições dos outros bancos que operam em Portugal.