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Seguro de vida para crédito habitação: o que precisa saber antes de contratar em 2025

Seguro de vida para crédito habitação: o que precisa saber antes de contratar em 2025

Seguros e Fundos de Pensões | 6 de Outubro, 2025

LEITURA | 22 MIN

Contratar um seguro de vida para crédito habitação pode parecer só mais uma etapa no processo de comprar casa, mas há detalhes importantes que fazem diferença na carteira e na proteção da família. Em 2025, as regras continuam a dar alguma liberdade de escolha, mas os bancos ainda têm bastante influência. Se vais pedir crédito habitação, vale a pena perceber como funciona o seguro de vida, o que é mesmo obrigatório, que opções existem e onde é que podes poupar. Este artigo junta as respostas às dúvidas mais comuns, sem rodeios, para que escolhas o seguro de vida para crédito habitação com confiança.

Principais Pontos a Reter

  • O seguro de vida para crédito habitação não é obrigatório por lei, mas quase todos os bancos exigem-no como condição para aprovar o empréstimo.
  • Podes escolher a seguradora que preferires, mesmo que o banco tente convencer-te a ficar com a deles; compara sempre preços e coberturas.
  • A cobertura de invalidez pode variar muito: a ITP (Invalidez Total e Permanente) normalmente protege mais do que a IAD (Invalidez Absoluta e Definitiva).
  • Se o crédito for a dois, decide se queres seguro a 100% para cada titular (mais caro mas mais seguro) ou a 50% (mais barato mas arriscado).
  • Simular e comparar propostas antes de assinar faz toda a diferença, e transferir o seguro mais tarde pode poupar bastante dinheiro, mesmo que percas algum desconto no spread.

Contexto Legal e Obrigações Relacionadas com o Seguro de Vida para Crédito Habitação

Exigência Legal Versus Prática Bancária

A legislação portuguesa não impõe obrigatoriamente a contratação de um seguro de vida para crédito habitação. No entanto, os bancos em Portugal exigem quase sempre este seguro como condição para conceder o empréstimo. Na prática, não é propriamente uma escolha: se quiser financiamento para compra de casa, vai ter de apresentar uma apólice de seguro de vida válida.

  • O seguro atua como garantia para a entidade bancária.
  • Protege a família do mutuário em situações imprevistas.
  • É um mecanismo que reduz o risco para o banco e oferece proteção social ao consumidor.

Esta prática tornou-se tão comum que poucos consumidores questionam a obrigatoriedade dada pelas instituições financeiras. Mesmo com algumas medidas recentes para proteger quem habita casas arrendadas ou quem compra pela primeira vez, como certas novas isenções fiscais para determinados casos, a exigência do seguro de vida no crédito não sofreu alterações legais para 2025.

Direito à Livre Escolha da Seguradora

A maioria dos clientes aceita a proposta de seguro de vida apresentada pelo próprio banco, mas não precisa de ser assim. De acordo com o Decreto-Lei n.º 222/2009, o consumidor tem direito de escolher qualquer seguradora para contratar o seguro de vida associado ao crédito habitação.

  • Não existe obrigação de contratar o seguro no banco.
  • Pode comparar preços e coberturas em várias seguradoras.
  • Ao optar por uma apólice externa ao banco, o spread do empréstimo pode aumentar ligeiramente, pelo que é fundamental fazer contas antes de decidir.

Muitos mutuários desconhecem este direito e acabam por pagar prémios mais elevados ao longo de vários anos, apenas por comodidade ou desconhecimento dos custos de uma transferência de apólice.

Implicações de Não Contratar o Seguro

Se um cliente optar por não apresentar seguro de vida conforme exigido pela instituição bancária:

  1. O processo de aprovação do crédito é interrompido ou recusado.
  2. Não existe proteção financeira para o banco em caso de morte ou invalidez do titular do crédito.
  3. A família herda a dívida associada à aquisição do imóvel, com risco de perda da habitação para pagamento ao banco.
Consequência Efeito Imediato
Recusa do crédito Não há compra do imóvel
Falta de proteção Família pode ficar onerada
Perda de benefício Sem redução de spread

Resumindo, aderir ao seguro de vida não é uma formalidade acessória: trata-se de um requisito prático e uma proteção fundamental para o futuro financeiro de quem assume um empréstimo para habitação.

Coberturas Essenciais e Opções de Proteção no Seguro de Vida para Crédito Habitação

Ao escolher um seguro de vida associado ao crédito habitação, percebe-se rapidamente que não há uma só solução possível. Cada apólice pode incluir diferentes coberturas, o que pode influenciar bastante a segurança financeira da família em caso de infortúnio. Aqui, destrinçamos as opções mais importantes.

Cobertura por Morte: Definição e Relevância

A cobertura de morte é o pilar fundamental destes seguros. Esta garantia assegura que, em caso de falecimento de um titular do crédito, o valor em dívida do empréstimo é liquidado junto do banco. Assim, a família fica com a casa e sem a preocupação da dívida.

  • Paga o saldo em dívida diretamente ao banco.
  • Impede que os herdeiros fiquem com a obrigação do empréstimo.
  • Aplicável tanto em contratos com um como com vários titulares.

Uma cobertura robusta é essencial para evitar que um momento difícil se transforme numa situação económica ainda mais complexa.

Diferenças entre IAD e ITP

Nem todas as invalidezes activam o seguro de vida da mesma forma. Os termos IAD e ITP podem parecer semelhantes, mas as diferenças são relevantes e não devem ser ignoradas.

Tabela resumo das principais diferenças:

Cobertura Definição Situação de Ativação
IAD (Invalidez Absoluta e Definitiva) O segurado está total e irreversivelmente incapaz de exercer qualquer profissão e depende de terceiros para atos básicos. Casos extremos (ex: estado vegetativo ou dependência total)
ITP (Invalidez Total e Permanente) O segurado perdeu, de forma irreversível, a capacidade para exercer a sua profissão (geralmente com incapacidade a partir de 60%). Casos mais abrangentes, que incluem incapacidade profissional sem dependência total
  • IAD é frequentemente mais económico mas com aplicação mais restrita.
  • ITP protege melhor quem depende do seu rendimento de trabalho.
  • Algumas apólices permitem combinar ambas as coberturas.

Inclinação para Outras Coberturas como Desemprego

Apesar da cobertura de morte e invalidez serem as mais faladas, em alguns seguros é possível adicionar outras proteções. Uma das mais discutidas, especialmente em tempos de incerteza económica, é a cobertura por desemprego.

  • Pode garantir o pagamento temporário das prestações caso o segurado fique desempregado.
  • Nem todos os bancos exigem esta cobertura, mas é uma opção para quem quer uma rede extra de segurança.
  • Normalmente, há limites para o número e duração dos pagamentos cobertos.

Além disto, algumas seguradoras já incluem coberturas para doenças graves ou incapacidade temporária, ajustando ainda mais a proteção às necessidades de cada cliente.

Se ponderar ampliar o seu seguro, analise os plafonds, os prazos de carência e as exclusões destas coberturas. Muitas vezes, o preço e o valor real podem diferir bastante.

Modalidades de Contratação em Empréstimos com Vários Titulares

Quando estamos a falar de crédito habitação com mais do que um titular, a escolha do seguro de vida não é igual para todos. Existem diferenças importantes que podem impactar a segurança de cada família caso haja um imprevisto grave.

Seguro a 100% vs Seguro a 50%

Há duas modalidades principais de cobertura:

  • Seguro a 100% para cada titular: se qualquer um dos titulares falecer ou ficar com invalidez coberta, a totalidade da dívida é liquidada. Isto significa que o banco recebe o valor total em dívida, e quem fica não precisa de assumir prestações futuras.
  • Seguro a 50% para cada titular: cada pessoa segura metade do crédito. Se um dos titulares faltar, o seguro paga só a metade correspondente e o outro terá de continuar a pagar o valor em falta.
Modalidade Exemplo com 2 titulares Se um falece Custo Mensal
50% para cada um 100.000€ cada Só liquida 100.000€ Menor
100% para cada um 200.000€ para ambos Toda a dívida saldada Mais elevado

Embora a opção de 100% custe mais todos os meses, garante uma proteção mais forte à família em caso de tragédia, evitando sobrecarga financeira num momento já difícil.

Divisão do Capital Segurado entre Titulares

Não é obrigatório dividir 50/50. Pode-se adaptar a percentagem à realidade financeira de cada titular. Por exemplo, se um contribui com 70% dos rendimentos familiares, pode segurar 70% do capital em dívida. Isto é útil para famílias com rendas desiguais ou situações em que um dos membros tem maior responsabilidade financeira.

Vantagens de ajustar a percentagem:

  1. Adequação às necessidades de cada agregado e estabilidade financeira.
  2. Pode baixar o custo se um dos membros opta por cobrir menos.
  3. Personalização face à realidade e nível de risco de cada pessoa.

Análise de Risco em Famílias Multititulares

Ao escolher entre as opções, é importante pensar no cenário prático se algum titular deixar de poder cumprir. Alguns pontos a considerar:

  • Quem conseguiria aguentar a prestação do empréstimo sozinho?
  • Existem filhos ou dependentes?
  • A perda de rendimento de um dos titulares colocaria em risco a casa e o orçamento familiar?

Uma decisão ajustada ao perfil familiar evita complicações sérias mais tarde.

Muitos só percebem as diferenças entre estas opções quando enfrentam uma situação de perda ou incapacidade. Por isso, pensar nestes cenários pode parecer desconfortável, mas pode poupar muita dor de cabeça depois.

Dinâmica do Capital Seguro: Constante ou Decrescente

A escolha entre um capital seguro constante ou decrescente é uma das primeiras decisões quando se contrata o seguro de vida associado ao crédito habitação. Não parece importante à primeira vista, mas a diferença pode ser significativa ao longo dos anos – tanto no valor pago de prémio como nas garantias dadas à família.

Vantagens do Capital Seguro Atualizado

Na modalidade de capital decrescente, o valor do seguro acompanha o saldo em dívida do empréstimo, diminuindo gradualmente ao ritmo das prestações pagas. Esta opção apresenta alguns pontos claros:

  • O prémio do seguro tende a baixar à medida que o capital em dívida reduz.
  • Ajuda a evitar que se pague mais do que o risco real do banco.
  • Permite ajustar o seguro à evolução do próprio crédito, o que faz sentido para quem quer racionalizar custos.

Por norma, o capital decrescente é preferido por quem procura eficiência na relação entre custo e proteção, sobretudo se não existem amortizações extra no crédito.

Modalidade Capital Segurado Evolução do Prémio Proteção Extra para Beneficiários
Capital Decrescente Diminui Geralmente desce Normalmente não
Capital Constante Fixo Mantém ou sobe Possível, se o risco se realizar, beneficiários podem receber excedente

Implicações de Manter o Capital Constante

Manter o capital seguro constante significa que o valor inicial do seguro permanece igual ao longo do prazo. Isto implica:

  • Garantia de um valor fixo em caso de sinistro, mesmo que o saldo em dívida seja menor que o valor segurado.
  • Possibilidade de os beneficiários receberem o "excesso" do seguro, se o evento ocorrer já com um saldo reduzido.
  • Geralmente, prémios mais elevados do que em capital decrescente, pois cobre-se sempre todo o montante contratado.

O capital seguro constante pode ser escolhido por quem valoriza uma garantia adicional para os familiares, mesmo que tal represente um custo superior durante o contrato.

Impacto da Variação do Saldo em Dívida no Prémio do Seguro

O saldo em dívida ao banco vai diminuindo à medida que as prestações são liquidadas. Independentemente da modalidade, há sempre fatores de ajustamento:

  • No capital decrescente, a redução do saldo deve refletir-se na redução do prémio.
  • No capital constante, o prémio tende a acompanhar outros fatores, como a idade ou saúde, e será menos influenciado pela diminuição da dívida.
  • Falta de atualização do capital segura pode traduzir-se em custos desnecessários ao longo do tempo.

Aliás, a possibilidade de transferir ou renegociar o seguro pode permitir poupanças adicionais, especialmente em contratos antigos onde o prémio não baixou apesar da redução do risco.

Para 2025, fazer simulações para ambos os cenários e analisar como evoluem os custos ao longo do crédito é uma estratégia sensata antes de decidir. Cada família, cada contrato, tem as suas especificidades – e o importante é que o seguro acompanhe as necessidades reais do agregado.

Critérios para Avaliação e Comparação de Seguros de Vida para Crédito Habitação

Ao pensar em contratar um seguro de vida para crédito habitação, surge a dúvida: como distinguir propostas bastante semelhantes no papel, mas que depois podem diferir muito no valor a pagar ou até no tipo de proteção? Podemos resumir os principais critérios em três pontos principais: simulação prévia, análise do perfil do titular e impacto das bonificações no spread. Vamos olhar em detalhe para cada um deles.

Importância da Simulação Prévia

Nunca deve assinar sem comparar várias simulações. Pode fazê-lo entre bancos ou em seguradoras especialistas. Não aceite logo a oferta do banco, mesmo que o processo pareça mais simples. Uma simulação ajuda a perceber o custo em função das coberturas e permite ajustar o seguro ao perfil, evitando pagar mais ou proteger menos do que realmente precisa. Consulte uma explicação mais clara do funcionamento, obrigações e simulações relacionadas com o seguro vida crédito habitação.

Checklist para a simulação:

  • Defina o montante e a duração do empréstimo.
  • Indique corretamente a idade e saúde dos titulares.
  • Peça simulações com coberturas mínimas e opcionais (IAD, ITP, desemprego).
  • Compare o prémio anual/mensal, tipos de capital (constante ou decrescente), e eventuais exclusões.

Parâmetros Críticos: Idade, Profissão e Estado de Saúde

O valor a pagar e o acesso a algumas coberturas específicas vão depender sobretudo destes fatores:

Parâmetro Impacto no Seguro
Idade Quanto mais avançada, maior o prémio
Profissão Atividades de risco implicam agravamento
Saúde Antecedentes relevantes aumentam custo

Claro que há outros aspetos – como hábitos de vida, fumador vs não fumador, ou histórico clínico familiar – que também podem influenciar o preço e aceitação do contrato. Fazer uma avaliação honesta e completa no momento da proposta é importante para garantir que o seguro não seja recusado ou invalidado em caso de sinistro.

Análise do Impacto das Bonificações no Spread

Os bancos costumam oferecer bonificações no spread do crédito habitação se o seguro de vida for feito no grupo bancário. Pode parecer um benefício, mas nem sempre compensa:

  • O desconto no spread pode representar poupanças pequenas quando comparado com o prémio mais caro do seguro.
  • Muitas vezes, transferir o seguro para uma seguradora externa representa uma poupança anual maior, mesmo perdendo a bonificação.
  • Vale sempre a pena calcular ambos os cenários para perceber qual a solução mais ajustada.

Um seguro mais económico pode justificar a perda de bonificação, especialmente em empréstimos de montante elevado ou para quem se encontre numa faixa etária mais jovem. Faça sempre as contas às duas versões: seguro dentro ou fora do banco, considerando o valor global do crédito.

No fundo, analisar a diferença entre o prémio, as condições de exclusão e o impacto das bonificações permite tomar uma decisão informada, adaptada ao risco e à estratégia financeira da família. Lembre-se: o mais barato não é sempre o melhor – nem o mais caro, o mais seguro.

Transferência e Otimização do Seguro de Vida Associado ao Crédito Habitação

A transferência do seguro de vida ligado ao crédito habitação é uma escolha cada vez mais comum entre quem sente que está a pagar demasiado ou tem coberturas pouco ajustadas. Esta decisão pode trazer poupança significativa, desde que seja feita com atenção ao detalhe e conhecimento dos impactos possíveis, como alterações ao spread do crédito.

Benefícios Económicos da Transferência de Seguradora

Trocar de seguradora pode poupar dezenas (ou até centenas) de euros todos os anos no prémio do seguro. Muitas seguradoras especialistas em vida oferecem propostas até 60% mais económicas do que o contrato inicial feito nos bancos. Mesmo quando há uma perda da bonificação do spread, a poupança no prémio pode superar essa diferença.

Principais vantagens desta mudança:

  • Potencial de redução do prémio anual até 60% em alguns casos
  • Acesso a soluções que ajustam melhor o capital seguro ao saldo em dívida
  • Possibilidade de contratar coberturas mais adequadas às necessidades familiares
Exemplo de Poupança Anual Simulação de Banco Simulação de Seguradora
Prémio anual 700 € 350 €
Cobertura principal IAD ITP
Diferença no spread +0,2% 0% ou +0,2%

Antes de decidir pela transferência, convém simular cenários e pedir apoio especializado para compreender o real ganho económico.

Processo Legal e Administrativo de Transferência

A transferência do seguro de vida associado ao crédito habitação deve seguir alguns procedimentos para evitar surpresas:

  1. Informar-se sobre as condições contratuais atuais, incluindo eventuais penalizações ou perda de bonificação.
  2. Pedir uma simulação detalhada numa seguradora especializada.
  3. Formalizar o novo seguro, garantindo coberturas exigidas pelo banco.
  4. Solicitar a aceitação do banco para o novo seguro, apresentando apólice e condições detalhadas.
  5. Cancelar o seguro antigo após aceitação da nova apólice para evitar pagamentos redundantes.

Com as regras que limitam as comissões de transferência em crédito habitação com taxa variável, o processo está mais acessível até ao final de 2025.

Impacto no Spread e na Estrutura de Custos

O principal medo de quem pondera transferir o seguro de vida é a alteração do spread do crédito habitação. Alguns bancos retiram uma bonificação no spread se o seguro deixar de estar associado, mas:

  • A redução do prémio do seguro pode compensar largamente esse aumento.
  • Os clientes mantêm o direito à livre escolha da seguradora (Decreto-Lei n.º 222/2009).
  • Deve ser feita uma análise matemática ao impacto total anual, somando custo do novo seguro e possível aumento da prestação bancária.

Pontos-chave a considerar na avaliação:

  • Preço atual do seguro vs. proposta alternativa
  • Montante do aumento do spread do empréstimo
  • Qualidade e abrangência das coberturas oferecidas

No final, cada situação é única. O importante é não adiar uma decisão potencialmente benéfica por medo da burocracia ou por falta de simulação detalhada. O seguro de vida para crédito habitação pode e deve ser otimizado regularmente para garantir poupança e tranquilidade.

Erros Comuns e Armadilhas a Evitar na Escolha do Seguro de Vida para Crédito Habitação

A decisão sobre o seguro de vida associado ao crédito habitação parece, à primeira vista, simples. No entanto, é neste passo que muitos acabam por cometer erros que podem traduzir-se em encargos desnecessários ou numa proteção insuficiente quando ela realmente faz falta. Reconhecer estas armadilhas antes de fechar contrato pode representar uma diferença significativa tanto no presente como no futuro.

Valorização Insuficiente das Coberturas de Invalidez

Muitas famílias limitam-se ao mínimo exigido pela entidade bancária e optam apenas pela cobertura de Invalidez Absoluta e Definitiva (IAD), ignorando opções mais abrangentes como a Invalidez Total e Permanente (ITP). Esta escolha, frequentemente motivada por uma diferença de preço, pode deixar o agregado vulnerável em caso de incapacidade mais ampla, mas não total.

  • IAD cobre apenas situações extremas, em que fique provada necessidade de apoio de terceiros para atividades básicas.
  • ITP ativa-se a partir de um grau elevado de incapacidade, cobrindo mais cenários e, em geral, garantindo melhor proteção.
  • Simule sempre as duas opções e analise o custo-benefício.

Tabela de comparação breve:

Cobertura Quando Aciona Âmbito de Proteção
IAD Dependência total Muito restrito
ITP Incapacidade ≥ 60% Mais alargado

Subestimar a importância de uma cobertura adequada pode comprometer a estabilidade financeira em caso de acidente ou doença grave.

Desconsideração das Exclusões e Carências

Outro erro recorrente reside na leitura superficial das condições gerais do seguro, sobretudo no que toca às exclusões e períodos de carência. Estes limites podem excluir, nomeadamente, profissões de risco, doenças pré-existentes ou determinadas práticas desportivas.

  • Leia cuidadosamente as exclusões.
  • Atenção aos períodos de carência, sobretudo nos primeiros meses.
  • Confirme se o seu caso está devidamente abrangido.

Regras de exclusão costumam ser pouco evidentes na publicidade, por isso a consulta aos documentos técnicos é fundamental. Veja tópicos importantes sobre exclusão diretamente nesta explicação clara de conceitos legais e direitos.

Não Reavaliação Periódica das Condições da Apólice

Muitos clientes mantêm o mesmo seguro durante anos sem considerar se ainda se ajusta ao seu contexto atual, ou se existem propostas manifestamente mais vantajosas no mercado.

  1. O mercado pode oferecer prémios mais baixos para um perfil semelhante ao seu.
  2. As necessidades familiares e o valor em dívida variam com o tempo.
  3. Transferência ou renegociação pode garantir poupança significativa e melhor proteção.

Aqui alguns exemplos do que pode acontecer ao não rever o contrato:

  • Perde-se bonificação, mas o prémio do seguro continua elevado.
  • Mantém-se cobertura inicialmente adequada, mas que deixa de ser suficiente.
  • Deixa-se escapar oportunidade de poupar até 60% com seguradora especialista.

Rever o contrato de seguro periodicamente não é apenas aconselhável; pode ser um fator chave de poupança e de segurança.

Em suma, o segredo está em informar-se, analisar as necessidades reais e fugir das soluções apressadas.

Conclusão

No fim de contas, escolher um seguro de vida para crédito habitação não é só mais uma formalidade do banco. É uma decisão que pode fazer diferença na vida financeira da família, caso aconteça algum imprevisto. Antes de assinar qualquer contrato, vale a pena comparar propostas, perceber bem as coberturas e não olhar só para o preço. Lembre-se que pode escolher a seguradora que quiser e, se mais tarde encontrar melhores condições, pode transferir o seguro. O importante é garantir que a proteção escolhida faz sentido para a sua situação e que não está a pagar por algo que não precisa. Se tiver dúvidas, peça sempre esclarecimentos e não tenha receio de fazer perguntas. Assim, toma uma decisão mais informada e tranquila para o futuro.

Perguntas Frequentes

O seguro de vida é mesmo obrigatório para o crédito habitação?

A lei portuguesa não obriga ninguém a ter seguro de vida para pedir crédito habitação. No entanto, quase todos os bancos exigem este seguro para aprovar o empréstimo. Por isso, na prática, vais precisar de contratar um seguro de vida se quiseres comprar casa com recurso ao banco.

Posso escolher qualquer seguradora para o meu seguro de vida?

Sim, podes escolher a seguradora que quiseres. Não és obrigado a fazer o seguro de vida no banco onde pediste o crédito. O importante é que o seguro tenha as coberturas que o banco pede. Às vezes, fazer o seguro no banco pode dar um spread mais baixo, mas pode não ser a opção mais barata no total.

Qual a diferença entre IAD e ITP?

IAD significa Invalidez Absoluta e Definitiva e só cobre situações muito graves, em que a pessoa não consegue fazer nada sozinha. ITP quer dizer Invalidez Total e Permanente e cobre casos em que a pessoa não pode trabalhar, mesmo que ainda consiga fazer algumas tarefas. Normalmente, a cobertura ITP protege melhor, mas pode ser um pouco mais cara.

Se o crédito for em nome de duas pessoas, como funciona o seguro?

Quando há dois titulares no crédito, podem escolher segurar 100% do valor para cada um ou dividir, por exemplo, 50% para cada. Se escolherem 100% para ambos, se um falecer ou ficar inválido, o seguro paga a dívida toda. Se optarem por 50% cada, só metade da dívida fica paga se acontecer algum problema com um dos titulares.

O capital seguro deve ser constante ou decrescente?

O capital seguro decrescente acompanha o valor em dívida do empréstimo, por isso normalmente o prémio do seguro vai baixando ao longo do tempo. O capital constante mantém sempre o mesmo valor, o que pode dar uma proteção extra, mas normalmente torna o seguro mais caro. A escolha depende do que preferes: poupar no prémio ou ter mais proteção.

É possível mudar de seguradora durante o crédito habitação?

Sim, podes transferir o seguro de vida para outra seguradora quando quiseres, desde que avises o banco e apresentes o novo contrato. Muitas vezes, mudar de seguradora pode ajudar a poupar dinheiro, mesmo que percas algum desconto no spread. O importante é comparar bem as condições antes de decidir.

Pedro Silva

Pedro Silva

Bio

Estudos: Licenciado em Economia pela Universidade de Lisboa

Experiência: Pedro é um economista experiente com mais de 20 anos no setor financeiro. Já trabalhou em bancos e como consultor financeiro.

Outras informações: Escreve regularmente sobre economia e finanças pessoais em vários jornais e revistas.

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